quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Será um vazio ou trata-se de ocupar um espaço que jamais foi ocupado?

1 - "Talvez esteja aí a chave para entender a crise que vivemos: perdemos o sentido
do que fazemos, lutamos por salário e melhores condições de trabalho sem esclarecer a
sociedade sobre a finalidade de nossa profissão, sem justificar porque estamos lutando."


É bem comum encontrar pessoas que reclamam da vida, do mundo, da família, parece que tudo está contra, que o mundo gira sempre no sentido contrário dela ou de seus amigos e familiares, enfim tudo nela está errado. O tempo passa e algumas coisas se resolvem e logo ela elege outras reclamações outros motivos que possam justificar o tal fracasso. Esse mal que é individual, também surge muitas vezes em níveis sociais, então as reclamações são grandes e conjuntas, mas também quando superadas logo aparecem outras ou quando não encontram superação são esquecidas e substituídas por novas.

Há quem acredite em um vazio de sentido no mundo, e que logicamente este vazio atinge também os professores. Será um vazio ou trata-se de ocupar um espaço que jamais foi ocupado?

Como vamos dar sentido ? Lembrando que o sentido é algo que deve levar em conta a situação contemporânea e isto exige estudo e dedicação. Se avaliamos que a crise é dos educadores/professores ou do ensino ou do sistema educacional, então tudo já vai começar errado.

A crise é social e pessoal, está em toda parte do planeta e atinge todas as profissões, talvez por sermos nós os “educadores” ficamos numa berlinda onde tudo é mais visível. É fundamental perceber o mundo em que vivemos, projetar que mundo queremos e deixar sem medo que o novo possa brotar daqueles que ensinamos e ensinaremos, sem espaço pra conservadorismo. Portanto, antes de pensarmos que educação queremos, temos que pensar que mundo queremos. E quais são as formas de luta, de revolução que são adequadas no momento atual.

O fato dos professores apontarem problemas nos dias de hoje, não significa que tudo estava bem no passado, apenas estamos vivendo um momento histórico em que as transformações cobram uma saída, seja pela aceleração da tecnologia ou pelo questionamento do “tal sucesso neoliberal”, o fato é que começamos a perceber em conjunto que nada funciona na tal sociedade atual, e sem um sentido, uma alternativa, parece que toda a sociedade vive no automático.

Aos educadores, cabe a tarefa de ajudar a interpretar o mundo atual, e mais do que isto, dar condições, dar alicerce através do ensino para toda a mudança que chega sem pedir licença, através da tecnologia e da indignação acumulada por anos de uma educação marcada pela repressão e conservadorismo.

Um comentário:

Rosangela Gomes disse...

Pois é, querido. Poder estar falando estas coisas, refletindo desta maneira,buscando esta consciência macro já é um sinal de mudança.
Acredito eu, não sei se com um otimismo exagerado, que um novo homem (estado de consciência) já começa a surgir e a crise que vivemos é a de agir de forma coerente com esta nova mentalidade porque isto exige ruptura, exige a ousadia de ser diferente.
Um grande abraço!