terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Caminho e caminhos...

8 - "A maioria afirma que a profissão docente deve mudar - sobretudo em função da complexidade da nova sociedade - mas não se diz como, nem porque e para onde devemos mudar."

A sociedade mudou, as tecnologia avançaram, as possibilidades continuam se multiplicando a cada momento, no entanto uma coisa se mantém inerte e igual, a escola. Reproduzimos hoje a escola inventada pelo iluminismo, padronizada no estudo das ciências que questionaram a Igreja e seus dogmas.

Naquele momento, a escola refletia as necessidades da sociedade: questionar as verdades religiosas e criar padrões científicos. Refletiam as aspirações de mudança daquele instante, ou momento histórico. A nossa escola não busca resolver as questões do nosso momento. Hoje as aspirações são outras, a sociedade é outra, e a escola é a mesma – a escola se mantém a mesma. Exatamente aquela escola que muitas gerações vem questionando, sobretudo por seu caráter repetitivo, sem graça e porque não dizer: chata.

Sinto, de forma, ao mesmo tempo natural e agoniante, a necessidade da mudança! Mas, continuo, refletindo e tentando entender, para que lado andar. Termino sem grandes respostas, não pretendo aqui finalizar o tema. Lembro, mais uma vez, de uma passagem, um dos mais fantásticos diálogos na minha opinião, entre Alice e o famoso Coelho apressado!

Alice se vê perdida e confusa, diante de uma encruzilhada, com mil caminhos a seguir. Assim, pede a opinião do Coelho, e esse lhe responde que tudo depende... depende de onde se pretende chegar!

Acredito que o meu momento é de um questionamento interno: Onde pretendo chegar? Onde pretendemos chegar, juntos?

3 comentários:

Mauro Amoroso disse...

Creio que a crise da função da escola nos tempos atuais é diretamente relacionada à conturbada passagem do século XX para o XXI. As novas tecnologias têm alterado consideravelmente a relação do homem com o tempo e com o espaço, e, conseqüentememte, entre os próprios homens. Se antigamente poderíamos falar em "inimigos" comuns, como o dogmatismo da Igreja, também poderíamos mencionar um "elemento de ligação" comum, como o iluminismo. Atualmente, não vemos mais esse quadro relativamente bem definido, mas uma aquarela de novas possibilidades orquestrada por um tufão, e o resultado disso tudo ainda está para ser definido. Após essa turbulência, serão redefinidos novos objetivos, posturas, "inimigos" e "elementos de ligação" comuns, que atingirão a sociedade como um todo e acabarão, por conseguinte, por contribuir para a redefinição das formas da prática escolar se relacionar e influenciar a sociedade, e vice-versa.

Wellington Serra disse...

Oi Marina!!!
Eu acho que estou sentindo a mesma coisa que você: também quero saber pra onde ir.
Outro dia eu estava lendo um texto que falava sobre educação matemática para negros. Achei o máximo esse título. Pensei: é tudo que eu preciso ler. Quando li, o texto dizia que a matemática tem que fazer sentido para os alunos e só assim eles vão participar mais das aulas. Muito bem! Eu concordo que a matemática tem que ter significado para os alunos. Mas ninguém mostra claramente como fazer isso.
Enquanto não achamos respostas, vamos quebrando a cara. Uma hora a gente consegue.
Beijos
Wellington

Rosangela Gomes disse...

Acho que as coisas começam a fazer sentido pro aluno quando fazem sentido pra nós. A grande crise que vivemos (graças a Deus, à Denise e a nossa caminhada mesmo), é que a gente já percebeu o quanto temos sido inimigos de nós mesmos quando desejamos o novo mas continuamos com os nossos conceitos e preconceitos intocáveis, continuamos a repetir velhas receitas acrescidas de um tempero a mais. Buscar o sentido das coisas (Por que tem sido importante ter aprendido isso ou aquilo, isso e aquilo, isso e não aquilo em nossas vidas)pode ser um bom começo, não acham?