terça-feira, 20 de setembro de 2011

Que colégio é esse???

Segunda feira, 19 de setembro de 2011, 22:30h

Nesse momento, João Victor, Karen, João Pedro, Daniele, Caio, Sarah, Edson, Vinícius, Bárbara, Estefânia e Clarissa se dividem em tarefas de Matemática, Biologia, História, Desenho Técnico, Algoritmo e Arquitetura de Computadores, na Rede Peabirus.

Paralelamente, no Facebook, discutem os trabalhos que estão realizando no Peabirus. A cada atividade encerrada e postada, comemoram o fato de terem cumprido o dever... Avisam que estão no caminho do sono e se despedem com a alegria da certeza do reencontro, no dia seguinte, no colégio! Sim, eles gostam do Colégio! Eles têm 15/16 anos e gostam de estar no Colégio!

Em outra postagem, Igor, Cláudio, Luis Felipe, Vinícius, Hassem e Roberto tratam de lembrar, uns aos outros, sobre a aula de Eletrônica do dia seguinte, e o que têm que preparar para a mesma.

Numa rápida passada de olhos, flagro 16 alunos do colégio envolvidos com coisas que estamos propondo para eles. Se eu resolver pesquisar mais um pouco, concluo que, pelo menos mais 15, passaram pela Rede, hoje, e após o horário das aulas, trabalhando nas propostas dos professores.

Essa observação segue os dias e invade os fins de semana. Já se tornou rotineiro encontrar os alunos no Peabirus nas tardes de sábado e nas tardes/noites de domingo.

Creio que esse é o melhor e mais forte argumento sobre a participação dos alunos nesse processo. É claro que é apenas o início, é claro que ainda há muitas falhas, não tenho a menor dúvida que a maioria das respostas ainda deixa a desejar... mas eles estão lá/aqui. E estão soltos, sem o menor medo de expor as dúvidas, as limitações. E estão empolgados! Esse sentimento expresso de que estão gostando e valorizando o que estão fazendo!

Peguei a Sarah dizendo: “Cada vez que converso com alguém da minha turma descubro um novo trabalho, ao invés de fazê-los, vou bloquear todos da turma! hahaha!" Eles interagem com os trabalhos, entre eles, se autosacaneiam, se divertem e... aprendem mais do que nunca! Eles estão na Rede.

Parabéns, queridos colegas professores, pela ousadia, pela compreensão, pela canseira que esse trabalho exige.

Por algum motivo, me lembrei dos versos de Milton Nascimento e Fernando Brant, em “Bola de meia, bola de gude”
(...)
Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que a tristeza me alcança
O menino me dá a mão
Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto fraqueja
Ele vem pra me dar a mão.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Ensine menos e aprenda mais

Em tempos em que a fonte do conhecimento passou a ser a internet e não mais o professor, Gil Giardeli traz uma reflexão sobre as mídias sociais e o futuro da educação no País. Veja mais!

O pensador Mark Prensky disse: “A fonte do conhecimento não é mais o professor, mas a internet. A educação mais útil para o futuro não está acontecendo na escola. Está acontecendo depois da escola, especialmente em clubes de robótica e na internet como um todo – está acontecendo nos games.”

Dito isso, vivemos o fim de salas de aulas com espaços geográficos definidos e aulas cronometradas? Como a escola supera o tempo e o espaço, em um mundo imediatista? Como prepararemos as pessoas, para um mundo onde as profissões mudam radicalmente a cada cinco anos? O formato atual da escola ajuda a escolher o futuro de promissores alunos?

Não é a hora de cidadãos globais e conectados encontrarem a educação progressista? “As escolas deveriam ser lugares para se aprender, e não para se ensinar. Em vez de isolar os estudantes, as escolas deveriam encorajá-los a colaborar”, escreveu Don Tapscott no livro “A hora da geração digital”
O educador Jeffery Bannister alfinetou sobre os modelos de educação seculares: “Professores que leem anotações manuscritas e escrevem em quadros negros, assim como alunos que anotam o que eles dizem. Esse é um modelo pré-Gutenberg.”

Eric Mazur da Universidade de Harvard afirma: “Educação é muito mais do que mera transferência de informação. A informação precisa ser assimilada. Os alunos têm de conectar a informação ao que já sabem, desenvolver modelos mentais, aprender a aplicar o novo conhecimento e adaptá-lo a situações novas e desconhecidas.”

Recentemente fui convidado para palestrar para 300 educadores do Grupo “Salesianas” um grupo que reúne dezenas de escolas no Brasil. Administrado por irmãs católicas, que acreditam na educação como grande motor para o futuro.

A educadora Irmã Raquel, abriu o evento e fez um rico paralelo com o livro “Modernidade Liquida” de Zygmunt Bauman, proclamando ”Vivemos um tempo que exige repensarmos velhos conceitos. Dar novas formas ou enterrá-los.” Irmã Raquel, convocou suas amáveis educadoras para dar autonomia, ou seja, independência moral e intelectual para os alunos. Para ensinar que alunos devem desde cedo entender o ato de governar a si mesmo, por meio da autonomia do pensar.

“Professores devem ajudar o outro (aluno) a ser autônomo e Genial.. O professor deve ensinar o que significa coletivo e comunidade – em um mundo onde a individualização reina. Ensinar que a tolerância é tolerar o intolerável – em um mundo onde pessoas morrem pela sua opção sexual, religiosa ou politica. (Irã, Afeganistão e Cuba). Ensinar valores inegociáveis neste mundo, como ética, amor ao próximo, gosto pelo inovar e o pioneirismo.” Esta foi a fala da educadora.

Após ricas discussões, sai de lá com vários questionamentos. Acabou a fase, da aula cronometrada em espaços concretos. O espaço escolar, espalha-se pelo blog do professor, Facebook, Orkut, Twitter, redes sociais dos protagonistas da educação?

Educador e alunos definindo o que é periférico e importante?

E para colocar mais pimenta nesta encruzilhada, não contávamos com as rápidas vias digitais. “No século 21, redes de banda larga serão tão cruciais para a prosperidade econômica e social quanto as redes de transporte, água e eletricidade” disse Hamadoun Touré, secretário-geral da União Internacional de Telecomunicações (ITU).

“Conectar regiões rurais remotas à internet e à telefonia móvel, ajudando a libertar os camponeses que vivem da agricultura de subsistência, anteriormente presos ao conhecimento local e aos mercados locais. São novos estudantes, com ensinamentos seculares e locais! Fica claro, que a escola precisa de uma reforma. Ser interativa! Coletiva! Em rede! “Banda largueada”. Como será ensinar para alunos conectados na rede com bandas gigantescas, trocando arquivos, experiências e percepções?

Uma era, onde a simples troca de informação é um motor de grandes mudanças Vivemos o choque entre a era do “seu diploma tem prazo de curta validade” com a pedagogia da era industrial? Do aprendizado em massa à interatividade? Do aprendizado individual ao colaborativo? Da padronização à personalização?

Somente juntos conseguiremos avançar as fronteiras do conhecimento individual para a mentalidade coletiva, saltar para o software da sabedoria das multidões. Vivemos um sopro renovador. São tempos de transição, vamos aprender o “pacifismo, a bondade, o perdão, o amor, a filantropia, a honestidade e a ternura”. No século XXI na era digital precisamos de humanos magnânimos, progressistas, talentosos, sensatos e probos.* Vivemos uma nova música global e como disse Nietzsche “aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a musica.“ Não use velhos mapas para descobrir novas terras! Boa viagem!

Gil Giardelli (Ceo da Gaia Creative, onde implementa ações de redes sociais e web colaborativa para empresas como BMW, Hospital Einstein, Mini Cooper, Grupo Cruzeiro do Sul entre outras. Professor de MBA e Pós graduação da ESPM – São Paulo e Brasília)

*Inspirado no artigo “A libertação no mundo por meio da banda larga” e nos livros “A hora da geração digital” e “Gestação da Terra”.

Leia mais: Como contra fatos não há argumentos, algumas idéias de mudanças

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Adolescentes versus obsolecentes?


Nos esforçamos por tantos anos para manter nosso foco que agora estamos estranhando o modo multitarefa como nossos jovens vivem, e já começamos a falar em mal funcionamento das novas gerações.


Durante um tempo, as pessoas mais velhas se referiram à informática (lembram deste termo?) como algo importante que merecia ser aprendido. Hoje apontam para os jovens e dizem que há algo errado numa geração sem foco, dominada pela tecnologia digital, com um enorme déficit de atenção e pouca profundidade temática. Nossos filhos não estão se encaixando em nossas projeções e por isso estamos pensando que pode haver algo de errado com eles.


Creio que estamos chegando a um ponto importante da história do uso da tecnologia, no qual os jovens conectados passam a disputar mercado com seus preceptores e por isso passam a ser repelidos com uma série de rótulos. Por que o abismo tecno-relacional entre as gerações vem se acentuando? Porque, para muitos de nós com mais de quarenta anos, a intensidade e variedade dos objetos de linguagem já atingem uma velocidade quase insuportável.


Quando o pesquisador Douglas Engelbart apresentou nos anos 70 a alternância de modos e nos tirou das telas verdes para uma interface colorida repleta de ícones e com janelas simultâneas, a roda da história avançou mais um pouco e somente hoje podemos sentir quanto o mundo mudou. Os jovens já estão completamente adaptados à vertigem da multitarefa, mas a velha guarda do processador de texto ainda insiste que foco e concentração são os únicos modos válidos de aprender e trabalhar. O que para nós é uma superexposição de estímulos, para os sentidos dos jovens é apenas o meio em que nasceram, cresceram e aprenderam a viver.


Entretanto hoje não compreendemos como podem trafegar de um assunto ao outro antes mesmo de concluir o entendimento do anterior. Não os acompanhamos nos mergulhos de hipertexto e ainda somos teimosos, sempre dando mais valor às nossas narrativas lineares. No fundo ainda pensamos que para aprender uma coisa é preciso aprender outra primeiro, e que há uma ordem certa para isto. Em nossa percepção não estão aprendendo nada porque não mergulham para valer nos conteúdos e são superficiais porque trocam de assunto sem um motivo válido para nossos critérios.


Pensamos que eles mudam todo o tempo porque se viciaram nisto, e no fundo culpamos o dispositivo que originou toda essa confusão, o bisavô da navegação de conteúdos: o controle remoto da televisão! As gerações anteriores fizeram um esforço enorme para se adaptar à dura realidade da era industrial. Tivemos que abandonar nosso fluxo espontâneo de comer, dormir e amar a qualquer hora para entrarmos no sincronismo do apito de fábrica e do relógio de ponto. Mas nossos corações e mentes teimavam em derivar em desejos e interesses momentâneos, então aprendemos a nos esforçar o tempo todo para manter a atenção em apenas um assunto de cada vez e vivemos tentando manter o “foco”.


Acontece que a alternância de assuntos está saltando para fora do computador e invadindo nossas vidas. A televisão ficou mais rápida, as revistas repletas de notícias, os jornais com textos cada vez menores e as ruas repletas de anúncios e sinalizações digitais. Pelo menos duas gerações cresceram neste meio. Jovens que mantém sete, dez janelas abertas e ainda falam ao telefone enquanto comem um lanche, tudo isso diante da televisão. Nossos jovens têm acesso imediato a muitas fontes de conhecimento, mesmo com seus professores condenando o Google e a Wikipedia, mas ainda esperamos que eles usem a memória, compreendam ou decorem informações fundamentais. E que saibam caligrafia!


E se o modo como nós aprendemos tudo até agora na escola, memorizando a tabela periódica dos elementos, equações matemáticas e rios do amazonas, estivesse mesmo muito errado? Fomos diplomados como ótimos alunos e alguém aí se lembra de alguma destas coisas? Nossos professores eram bancos de memória ambulantes, repletos de citações e exemplos. Poucos mestres tinham a capacidade de se envolver, se relacionar com os alunos e nos levar a uma experiência única de sabedoria. A maioria dos professores era entregador de verbetes, fiscal de apostila ou zelador de livro didático.


Cultivamos um saber enciclopédico durante séculos e talvez esta seja a primeira geração a se livrar deste fardo, por isso muitos os chamam de ignorantes. Nunca imaginamos que eles teriam um tipo de sabedoria e conhecimento tão diferente do nosso que nos pareceria um certo tipo de ignorância! Arrisco dizer que talvez os jovens não aprofundem seus conhecimentos porque estão buscando em primeiro lugar os índices. Não estão aprendendo conteúdos, estão capturando mapas de localização do conhecimento.


Na lógica destas gerações é possível organizar uma lista de assuntos sobre um tema que ainda não conhecem. Para nós, mais velhos, isto é impensável, pois nossos sumários sempre apontam para textos que lemos, imagens que vimos e filmes que assistimos. Nós dependíamos da memória, eles dependem das buscas. Nós resumíamos textos, eles condensam listas, buscam por categorias, tipos, formatos, datas, assuntos, temas, palavras-chave e tags. Não aceitamos nem o modo como fazem a gestão de suas amizades e os acusamos de manterem fazendas de falsos amigos representados por carinhas de Facebook que só dizem “husahuauahuhuasuahuhuhsuhaua”.


Acho que estamos perdendo o bonde da história, ou melhor, o trem bala. Não conseguimos nos comunicar com nossos filhos, estamos cada vez mais preocupados com nossos jovens funcionários da geração Y, e cada vez que alguém metralha uma escola, tenta fabricar uma bomba em casa ou sai marchando em multidão pelas ruas, culpamos a internet. Se não tornarmos mais flexíveis nossas premissas e freqüentarmos um pouco mais os espaços multitarefa por onde os jovens fluem, as novas pontes entre nós nunca irão aparecer.


Penso que cada um tem exatamente aquilo que precisa para viver em seu tempo, a seu modo. O que precisamos é não esquecer que, mesmo vivendo em fluxos distintos, habitamos os mesmos espaços, estamos ligados uns aos outros e precisamos cultivar o encontro humano amoroso entre nós constantemente, inclusive dentro das possibilidades não presenciais, usando o mural do Facebook, por exemplo. Considerando que o mundo está cada vez mais multicultural, multidiversificado e multitarefa, mesmo sendo mais velhos é bom encontrarmos nosso lugar, já que, com o aumento da longevidade, ainda vamos viver um bom tempo por aqui.


Meus amigos, ou melhor, meus velhos amigos, quando a maturidade bloqueia a transformação, surge a velhice. Um velho que transforma é sempre mais jovem que um adolescente que conserva. Velhice não precisa ser obsolescência, pode ser renovação. Não precisamos funcionar como os jovens, mas precisamos saber que o nosso modo não é mais o único.



Texto de: Luiz Algarra é fundador da rede Papagallis.
http://papagallis.com.br/quem-somos/equipe/luiz-algarra/

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O TRABALHO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO

http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/documento_base.pdf

Compreender a relação indissociável entre trabalho, ciência, tecnologia e cultura significa compreender o trabalho como princípio educativo, o que não significa “aprender fazendo”, nem é sinônimo de formar para o exercício do trabalho.

Considerar o trabalho como princípio educativo equivale a dizer que o ser humano é produtor de sua realidade e, por isso, se apropria dela e pode transformá-la. Equivale dizer, ainda, que nós somos sujeitos de nossa história e de nossa realidade. Em síntese, o trabalho é a primeira mediação entre o homem e a realidade material e social.

O trabalho também se constitui como prática econômica, obviamente porque nós garantimos nossa existência, produzindo riquezas e satisfazendo necessidades.

Na sociedade moderna a relação econômica vai se tornando fundamento da profissionalização. Mas sob a perspectiva da integração entre trabalho, ciência e cultura, a profissionalização se opõe à simples a formação para o mercado de trabalho. Antes, ela incorpora valores éticos-políticos e conteúdos históricos e científicos que caracterizam a práxis humana.

Portanto, formar profissionalmente não é preparar exclusivamente para o exercício do trabalho, mas é proporcionar a compreensão das dinâmicas sócio-produtivas das sociedades modernas, com as suas conquistas e os seus revezes, e também habilitar as pessoas para o exercício autônomo e crítico de profissões, sem nunca se esgotar a elas.

Apresentados esses pressupostos, defendemos que o projeto unitário de Ensino Médio, que não elide as singularidades dos grupos sociais, mas se constitui como síntese do diverso, tem o trabalho como o primeiro fundamento da educação como prática social.

No Ensino Médio, além do sentido ontológico do trabalho, toma especial importância seu sentido histórico, posto que é nessa etapa da educação básica que se explicita mais claramente o modo como o saber se relaciona com o processo de trabalho, convertendo-se em força produtiva (Saviani, 1987).

Ressalta-se, nesse caso, o trabalho também como categoria econômica, a partir do qual se justificam projetos que incorporem a formação específica para o trabalho.

Na base da construção de um projeto unitário de Ensino Médio que, enquanto reconhece e valoriza o diverso, supera a dualidade histórica entre formação básica e formação profissional, está a compreensão do trabalho no seu duplo sentido:

ontológico, como práxis humana e, então, como a forma pela qual o homem produz sua própria existência na relação com a natureza e com os outros homens e, assim, produz conhecimentos;

histórico, que no sistema capitalista se transforma em trabalho assalariado ou fator econômico, forma específica da produção da existência humana sob o capitalismo; portanto, como categoria econômica e práxis produtiva que, baseadas em conhecimentos existentes, produzem novos conhecimentos.

Pelo primeiro sentido, o trabalho é princípio educativo no Ensino Médio à medida que proporciona a compreensão do processo histórico de produção científica e tecnológica, como conhecimentos desenvolvidos e apropriados socialmente para a transformação das condições naturais da vida e a ampliação das capacidades, das potencialidades e dos sentidos humanos.

O trabalho, no sentido ontológico, é princípio e organiza a base unitária do Ensino Médio.

Pelo segundo sentido, o trabalho é princípio educativo no Ensino Médio, na medida em que coloca exigências específicas para o processo educativo, visando à participação direta dos membros da sociedade no trabalho socialmente produtivo. Com esse sentido, conquanto também organize a base unitária do Ensino Médio, fundamenta e justifica a formação específica para o exercício de profissões, estas entendidas como uma forma contratual socialmente reconhecida, do processo de compra e venda da força de trabalho.

Como razão da formação específica, o trabalho aqui se configura também como contexto.

Se pela formação geral as pessoas adquirem conhecimentos que permitam compreender a realidade, na formação profissional o conhecimento científico adquire, para o trabalhador, o sentido de força produtiva, traduzindo-se em técnicas e procedimentos, a partir da compreensão dos conceitos científicos e tecnológicos básicos que o possibilitarão à atuação autônoma e consciente na dinâmica econômica da sociedade.

Por fim, a concepção de cultura que embasa a síntese entre formação geral e formação específica a compreende como as diferentes formas de criação da sociedade, de tal forma que o conhecimento característico de um tempo histórico e de um grupo social traz a marca das razões, dos problemas e das dúvidas que motivaram o avanço do
conhecimento numa sociedade.

Essa é a base do historicismo como método (Gramsci, op. cit.), que ajuda a superar o enciclopedismo – quando conceitos históricos são transformados em dogmas – e o espontaneísmo, forma acrítica de apropriação dos fenômenos, que não ultrapassa o senso comum.

Na organização do Ensino Médio, superando-se a disputa com a educação profissional, mas integrando-se seus objetivos e métodos em um projeto unitário, ao mesmo tempo em que o trabalho se configura como princípio educativo – condensando em si as concepções de ciência e cultura –, também se constitui como contexto econômico (o mundo do trabalho), que justifica a formação específica para atividades diretamente produtivas.

Nisso se assenta a integração entre Ensino Médio e Educação Profissional, garantindo-se uma base unitária de formação geral, gerar possibilidades de formações específicas. Do ponto de vista organizacional, essa relação deve integrar em um mesmo currículo a formação plena do educando, possibilitando construções intelectuais elevadas; a apropriação de conceitos necessários para a intervenção consciente na realidade e a compreensão do processo histórico de construção do conhecimento.

Com isso queremos erigir a escola ativa e criadora organicamente identificada com o dinamismo social da classe trabalhadora. Como nos diz Gramsci, essa identidade orgânica é construída a partir de um princípio educativo que unifique, na pedagogia, éthos, logos e técnos, tanto no plano metodológico quanto no epistemológico. Isso porque esse projeto materializa, no processo de formação humana, o entrelaçamento entre trabalho, ciência e cultura, revelando um movimento permanente de inovação do mundo material e social.

Glossário:

Ontologia - segundo o aristotelismo, parte da filosofia que tem por objeto o estudo das propriedades mais gerais do ser;
no heideggerianismo, reflexão a respeito do sentido abrangente do ser, como aquilo que torna possível as múltiplas existências

Epistemologia - estudo dos postulados, conclusões e métodos dos diferentes ramos do saber científico, ou das teorias e práticas em geral, avaliadas em sua validade cognitiva, ou descritas em suas trajetórias evolutivas, seus paradigmas estruturais ou suas relações com a sociedade e a história; teoria da ciência

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

No dia a dia
Para busca :
http://www.google.com.br/

Informação e Notícias:
http://g1.globo.com/
http://www.guiademidia.com.br/acessar-jornal.htm?http://globonews.globo.com/

Para e-mails:
https:// http://www.gmail.com/
https://http://www.yahoo.com.br/
https://www.hotmail.com/

Rede social :
http://http://www.peabirus.com.br/
http://http://www.orkut.com/
http://www.facebook.com/

Pesquisa:
http://www.wikipedia.org.br/
http://www.jucerja.rj.gov.br/Servicos/AndamentoProc/andamento_processo4.asp
http://www.mundoeducacao.com.br/
http://www.educamundo.com.br/cursos.php?cod=5
http://www.brasilescola.com/volta-as-aulas/
http://www.iadenet.com.br/
http://sitededicas.uol.com.br/webgraca.htm
http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/index.php?option=com_wrapper&view=wrapper&Itemid=98
http://estudando.webnode.com.br/vestibular-2/
http://viciadosemlivros.blogspot.com/search/label/Colet%C3%A2neas
http://www.universopolicial.com/2009/01/aulas-em-video-de-redacao-redacao-para.html
http://tudovestibularvideos.blogspot.com/2008/11/reviso-de-portugus.html
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php
http://cvc.instituto-camoes.pt/aprender-portugues.html

Entretenimento Filmes e Vídeos:
http://www.portacurtas.com.br/
http://www.youtube.com/watch?v=k5gtz4Nugpo&feature=player_embedded#at=67 = historia da não violenicia
http://download-de-videos.com/
http://livro-esoterico.amplarede.com.br/category/tantrismo/
http://circulosagrado.org.br/escola/login/index.php
http://swasthya.marcocarvalho.com/aula-de-yoga-gratis/

Sobre saude:
http://www.abcdasaude.com.br/
http://www.drauziovarella.com.br/Sintomas/248/varizes
http://portaldoestudante.wordpress.com/video-aulas-gratis/

Comunicação:
http://www.skype.com/

Como HD Virtual:
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Estudo e aprofundamento Interno:
http://www.parquecaucaia.org/
http://www.movimentohumanista.org/

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Reinauguração - 2011

Olá a todos,

Sejam bem vindos ao reinício das nossas atividades no Colégio Graham Bell.

A proposta que fazemos é que, cada professor, se apresente através de links. Ou seja, com quais sites há identificação, de maneira que possamos conhecer um pouco de cada um, pelos links que gosta e costuma consultar para aprender e também se divertir.

Um grande abraço.

Denise