Gostaria muito de ouvir a opinião de vocês...
A ideia da prova on-line surgiu a partir da constatação de que multinacionais e escritórios de advocacia faziam o primeiro processo seletivo para trainees via internet
Em dia de prova, as salas do 1º e 2º ano do ensino médio do Colégio ICJ – Instituto Coração de Jesus, de Belo Horizonte, estão vazias. Em casa, os estudantes aguardam o horário marcado para conectar à internet, fazer login no site da instituição e responder de forma remota às questões objetivas.
Para diminuir o risco da cola, os professores calculam o número de questões para que haja, em média, um minuto e meio para resolver cada uma e não sobre tempo para consultar livros, outros sites ou mesmo algum amigo. “O tempo é pequeno, as respostas são complexas e não são rotineiras. Tem que ter assistido à aula e dominar as questões”, afirma a diretora pedagógica Christina Fabel. A ansiedade causada pelo relógio a marcar os minutos restantes também é um fator que dificultaria a troca de respostas, segundo a diretora, motivo que impediria os colegas de fazerem a prova juntos: ajudar o outro implicaria perder tempo para realizar a sua própria prova.
A ideia da prova on-line surgiu a partir da constatação de que multinacionais e escritórios de advocacia faziam o primeiro processo seletivo para trainees via internet. “Por que não fazer isso na escola e preparar os alunos para o momento que virá depois? Se dá certo em grandes empresas, por que não ter coragem de fazer isso na escola?”, questiona Christina.
Ela ressalta que o ICJ tem gráficos comparando as notas obtidas com o método tradicional e com o novo, mostrando que não houve diferença no desempenho escolar na mudança de plataforma. Por via das dúvidas, as provas feitas via internet não valem mais do que três ou quatro pontos, em uma média de 10.
Colocar os alunos em contato com as ferramentas da tecnologia é uma ótima iniciativa, defende a professora de Letras da UFMG e especialista em tecnologias na educação Carla Viana Coscarelli. “Incorporar o computador à sala de aula é uma medida interessante, pois insere os alunos na vida digital, o que vai ser cobrado mais tarde no mercado de trabalho, seja de uma secretária, de um professor ou de um engenheiro”, afirma. Ela destaca que os jovens mantêm uma relação muito íntima com o computador e com a internet. Portanto, dissociar completamente o ensino dessas ferramentas pode colocar a escola em uma espécie de “universo paralelo”.
No entanto, ela ressalva os riscos de trapaça dos alunos e diz que nenhuma instituição deve resumir o rendimento do estudante à simples emissão de notas e à imparcialidade de uma prova por computador. “Avaliação é um processo contínuo, para ver como o jovem interage, se tem dúvidas e se presta atenção na aula. Isso só o professor pode fazer”, opina.
Fonte:
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Por: eveli leite da costa eveli.leite@gmail.com
18 jun (6 dias atrás)
Só discordo da justificativa: esta possibilidade não pode ser justificada apenas por acontecer no mercado de trabalho. ela deve acontecer por ser o recurso deste tempo. Aliás questiono tb a ênfase na "prova". Enfim, acredito e aposto em todas as possibilidades de utilização da tecnologia como recurso didático. Temos que explorar até a última possibilidade.
Por: Pedro Souza Moreira da Silva psmdasilva@yahoo.com.br
18 jun (6 dias atrás)
Olá Denise e demais amigos,
Li o artigo e fiquei com algumas dúvidas.
Qual é o real objetivo dessa instituição ao utilizar o computador?
Me pareceu que ao invés de utilizar papel, utilizam a máquina.
A gente sempre discute na escola que o computador não é somente mais uma ferramenta e sim uma nova forma de raciocinar.
Achei a iniciativa bastante válida mas acho que deve ser mais elaborada.
O discurso de trazer uma realidade dos alunos (o computador) para escola não condiz com o método que eles estão utilizando. Se a máquina faz parte da vida do aluno e futuramente da sua vida profissional, a internet também faz.Pelo que pude perceber, a metodologia de aplicação da prova não permite que o aluno acesse a internet.
No geral, achei a ideia bastante interessante.Acho que a gincana que fizemos ano passado é um exemplo muito melhor de como o computador pode ser utilizado para avaliações, gerando um ambiente amistoso e confortável para os alunos.
Acredito que a prova do artigo gera tensão nos alunos, igualmente a uma feita em sala de aula.
Vi um ponto também que me desagradou bastante. É quando a diretora faz um paralelo entre escola e grandes empresas.Acredito que nas empresas existe uma ideologia capitalista de produtividade,competição e etc que não podemos cultuar na escola.Bom, mas isso é so uma opininao particular.
Espero não ter me prolongado demais
Um forte abraço em todos
Por: Ricardo Gaspar ricardongaspar@gmail.com
18 jun (6 dias atrás)
Boa noite
Pelo que percebi a aplicação da prova pelo computador me parece uma novidade para esta escola. É bem verdade que aqui não temos provas pela Internet, porém o uso do computador em sala de aula aqui no Graham Bell já é uma realidade bem concreta, coisa que não vejo em muitas escolas. Meu filho por exemplo veio de uma escola antiga e bem conhecida na minha área que não tem Laboratório de Informática, outras escolas por exemplo até tem o Laboratório de Informática porém só o utilizam nas aulas de informática. Acho que estamos bem a frente desta escola de Belo Horizonte. Só não fazemos a prova pela Internet e não vejo necessidade, de acordo com as nossas avaliações acho que não alcançariamos o resultado que obtemos da forma como avaliamos nossos alunos. Só vejo como isto sendo utilzado aqui pelo Graham Bell como um auxilio a mais para o aluno porém, sendo discutido entre todos e estabelecendo entre nós novos critérios para este tipo de avaliação diferente dos que eles utilizam como regras para o aluno fazer a prova.
Gaspar.
Por: Claudio Valladao claudio.valladao@gmail.com
19 jun (5 dias atrás)
Oi, Denise! Oi, pessoal!
Questão complicada essa... Como juntar a modernidade com a qualidade no ensino? O velho dilema.
Bem, indo diretamente ao assunto, compreendo que esta metodologia pode, de fato, ser mais uma a auxiliar os alunos na compreensão das oportunidades digitais que atualmente existem, mas nada além disso. Uma avaliação como essa pode ser facilmente burlada. Basta entrar num grupo de mensagens fechadas, que pode ser até uma sala de bate-papo, cada um resolver uma questão, postar as respostas e todos estariam contribuindo para uma nota melhor.
Uma possibilidade seria a utilização de um banco de questões, onde cada aluno teria uma prova diferente. Analisando friamente, é melhor para uma avaliação sem cola, mas considero ainda ineficaz.
Julgo ser interessante utilizar sim este tipo de avaliação, mas não exatamente para avaliar os alunos, ou então que o peso da mesma seja pequeno. Assim, é possível trabalhar e discutir com os alunos o próprio sistema de avaliação.
Finalmente, acredito muito no ensino parcialmente online. Há que se ter muita determinação para aprender, já que o próprio aluno precisa se programar e ter muita força de vontade. Mas as avaliações, na minha concepção, devem ser presenciais, qualquer que seja o tipo.
Abc.
Claudio Valladão
Postar um comentário