O mote: a gripe suína
A necessidade/o desafio: retomar o ano letivo no Colégio Graham Bell, sem prejuízo das aulas para os alunos e sem que eles fiquem juntos
A condição: Rede Social Peabirus
O mote, decididamente, não é empolgante. Mas é absolutamente persuasivo não fiquem juntos, em locais fechados, porque vocês podem pegar uma gripe e morrer.
A necessidade/responsabilidade com a aprendizagem dos alunos, o cumprimento legal de 200 dias letivos, a retomada das aulas. O desafio de dar continuidade ao curso com os alunos separados, em locais diferentes.
A condição, viabilizada pela Rede Social Peabirus, veio de encontro a uma vontade acalentada há algum tempo.
A Rede Peabirus é a primeira plataforma de Articulação Social, totalmente brasileira e, como tal, conecta profissionais, instituições e empresas. Além de procurar desenvolver oportunidades de negócios, se propõe a compartilhar informações e construir conhecimentos. É uma Rede que busca a inovação em tempo integral.
Desde 2006 que mantemos a Comunidade do Colégio Graham Bell (http://www.peabirus.com.br/redes/form/comunidade?id=577 ), com o objetivo de ser um ambiente de cooperação que facilita e promove a troca de informações não apenas sobre o próprio Colégio, mas também na geração de conhecimento coletivo acerca de questões relacionadas à Educação.
Estamos cada vez mais convictos que as Redes Sociais são um vasto ambiente de Aprendizagem, não apenas no sentido informal, mas também potencialmente formal. Tudo depende da maneira como as utilizamos.
Temos, no mesmo espaço, informação, compartilhamento de idéias, lazer e possibilidade de construção de novas concepções. De que mais precisamos para educar?
As Redes Sociais propiciam não só a possibilidade de interagirmos socialmente mas, na nossa concepção, são espaços de convergência que permitem o debate, através da "navegação" - que é a própria base das Redes.
No caso específico da Rede Peabirus, ela facilita o fluxo de informações (pessoais, institucionais e comerciais) de seus membros e, por isso, suas páginas são abertas para a navegação de usuários não logados e seus conteúdos são indexados e distribuídos em vários ambientes na Internet: mecanismos de busca, microblogs, social bookmarks, outras redes sociais, mapas, sites, blogs, portais entre outros. Permite, ainda, a publicação de conteúdos como textos, imagens, vídeos, áudios, hyperlinks, widgets, gadgets, mashups, a troca de mensagens e o desenvolvimento de ações de e-commerce de maneira totalmente livre para os usuários cadastrados e logados.
Uma condição de sobrevivência nesse meio é a constante atualização de recursos. Nesse sentido, a Rede Peabirus também não pára!
Além de oferecer os mecanismos já tradicionais de criação de comunidades sobre todos os temas (institucionais ou não) e a possibilidade de participação de "n" maneiras (fóruns, mensagens e outros etecéteras), também proporciona a distribuição dos conteúdos dentro e fora da Rede Peabirus.
Por todos esses motivos e por mais alguns, propusemos a essa Rede Social uma parceria para que nossos professores e alunos começassem a utilizá-la de maneira formalizada e intencionalmente educativa.
Criamos Comunidades para todas as disciplinas e é nesses espaços que alunos e professores estão imersos, aprendendo e ensinando uns aos outros.
O Colégio Graham Bell é uma Cooperativa de Educadores, fica no Rio de Janeiro, e o nosso foco é o Ensino Médio Técnico, nas áreas de Telecomunicações, Informática e Eletrônica.
Temos por meta oferecer e construir uma educação diferenciada, em que o aluno é realmente o centro das nossas atenções, como um indivíduo que pensa, tem sentimentos, desejos e está tentando compreender esse mundo em que vivemos. Trabalhamos com a autonomia, o conhecimento e a responsabilidade desse ser que já um cidadão.
Acreditamos que os jovens querem muita coisa, contrariando os que gostam de afirmar que “eles não querem nada” e nos sentimos responsáveis para ajudá-los a se tornarem pessoas mais sabidas e felizes.
Estamos no endereço: http://www.peabirus.com.br/redes/form/inicio
Denise Vilardo
Coordenadora Pedagógica do Colégio Graham Bell
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Não se educa com proibição!
De acordo com a Lei 5453/09, recém sancionada pelo governador do Estado do Rio de Janeiro, está proibido o uso de aparelhos MP3, MP4, walkman, game boys, agendas eletrônicas, máquinas fotográficas, além dos celulares nas salas de aula, bibliotecas e outros espaços de estudo das escolas da Rede Estadual.
Convido a todos os interessados a fazerem uma reflexão comigo a partir da seguinte premissa: qualquer atitude de proibição, pura e drasticamente, deseduca mais do que educa.
Todas as vezes que lidamos com o que é proibido, temos mais vontade ainda de realizá-lo. Isso é natural do ser humano. Proibir por proibir, ou criar mecanismos de censura ao que julgamos que deva ser censurado, costuma acirrar mais ainda a vontade de se alcançar o objeto de desejo. E aí, fatalmente, as crianças e jovens (porque são saudáveis) vão procurar meios de burlar o que está sendo negado a eles.
Lidar com máquinas e aparelhos eletrônicos, para essa geração de crianças e jovens com os quais estamos lidando, faz todo o sentido. Não se trata de ser bom ou ruim. Está aí, e a nossa tarefa é transformar essa relação em algo produtivo, que gere novos conhecimentos. Qualquer coisa menos que isso, significa que estamos subutilizando as máquinas ou que temos medo delas...
Mas também não acredito no "pode tudo", porque essa atitude também não educa. É preciso conversar, reconversar, criar consciência, discutir os "não pode" e estabelecer acordos. Acordos de horários, acordos sobre os tipos de jogos que são mais ou menos adequados, acordos sobre a utilização de aparelhos eletrônicos nos espaços de estudo etc. E, cabe, aos adultos da relação, cumprir os acordos. Isso significa educar.
Algumas questões são fundamentais e, na minha experiência de mãe e educadora de jovens (trabalho com jovens na faixa dos 15 aos 21 anos), creio que a mais importante de todas é a coerência. Coerência entre o que pensamos, sentimos e agimos.
Não se educa com um discurso diferente da maneira como agimos.
Não dá pra ficar fazendo discurso de ter que ser respeitador, se o jovem não percebe o respeito nas relações que ele vivencia. Não dá pra dizer pro menino não ser preconceituoso, se ele observa a maneira pouco digna dos adultos (pais, professores) tratarem as pessoas que são diferentes deles.
Vamos sair do senso comum e abandonar os estereótipos que marcam os jovens como aqueles seres difíceis, inadaptáveis, que “não querem nada”...
Eles querem sim, querem ser tratados como pessoas que pensam, capazes de tomar decisões e querem também perceber que somos coerentes (nós, os adultos). O que eles não acreditam é na hipocrisia e odeiam ser enganados pelos outros.
Olho no olho. Sempre. Verdade. Franqueza. Virtudes. Fragilidades. Consistência.
Outra coisa que considero fundamental, além da coerência, é não nos esquecermos de como éramos quando adolescentes. Quais eram os nossos sonhos, em que pensávamos, o que fazíamos para “enganar” os nossos pais e professores, como gostaríamos de termos sido tratados. Essa medida – de como éramos – nos ajuda muito a entender quem eles são e como eles agem.
E, por último, da minha lista de “fundamentais”, é não ter medo de dar limites, não ter medo de dizer não. E, não é o não pelo não. É o não argumentado, denso, com propósito. É o não que convence.
Somos seres sociáveis e, como tais, estabelecemos compromissos de convivência para podermos avançar nos nossos propósitos comuns.
Nada do que falei é fácil de ser realizado no dia a dia, mas é possível e é bom que seja tentado.
Esse texto aparentemente sem nexo vem questionar, por fim, por que os professores do Estado do Rio de Janeiro precisam de uma lei para lhes dizer o que pode/deve ou o que não pode/não deve ser feito dentro do espaço escolar? Por que os professores precisam dessa tutela?
Quer dizer que vamos abrir mão de todas as possibilidades educadoras que os MPs, celulares, câmeras fotográficas etc nos trazem porque não sabemos dizer não? É isso mesmo, professores? Quer dizer que não sabemos mais educar? Precisamos de leis para nos dizer o que é adequado ou não nas nossas salas de aula?
Não é nosso dever, educadores que somos, ensinar os nossos alunos a utilizarem as tecnologias, sabendo tirar o melhor proveito delas, com espírito crítico e ético? Não somos nós que temos que estar na vanguarda do processo pra poder ajudar os nossos alunos a compreenderem melhor o mundo em que vivem?
Como vamos fazer isso nos escondendo do mundo?
Não se educa com proibição. Educa-se com consciência.
Convido a todos os interessados a fazerem uma reflexão comigo a partir da seguinte premissa: qualquer atitude de proibição, pura e drasticamente, deseduca mais do que educa.
Todas as vezes que lidamos com o que é proibido, temos mais vontade ainda de realizá-lo. Isso é natural do ser humano. Proibir por proibir, ou criar mecanismos de censura ao que julgamos que deva ser censurado, costuma acirrar mais ainda a vontade de se alcançar o objeto de desejo. E aí, fatalmente, as crianças e jovens (porque são saudáveis) vão procurar meios de burlar o que está sendo negado a eles.
Lidar com máquinas e aparelhos eletrônicos, para essa geração de crianças e jovens com os quais estamos lidando, faz todo o sentido. Não se trata de ser bom ou ruim. Está aí, e a nossa tarefa é transformar essa relação em algo produtivo, que gere novos conhecimentos. Qualquer coisa menos que isso, significa que estamos subutilizando as máquinas ou que temos medo delas...
Mas também não acredito no "pode tudo", porque essa atitude também não educa. É preciso conversar, reconversar, criar consciência, discutir os "não pode" e estabelecer acordos. Acordos de horários, acordos sobre os tipos de jogos que são mais ou menos adequados, acordos sobre a utilização de aparelhos eletrônicos nos espaços de estudo etc. E, cabe, aos adultos da relação, cumprir os acordos. Isso significa educar.
Algumas questões são fundamentais e, na minha experiência de mãe e educadora de jovens (trabalho com jovens na faixa dos 15 aos 21 anos), creio que a mais importante de todas é a coerência. Coerência entre o que pensamos, sentimos e agimos.
Não se educa com um discurso diferente da maneira como agimos.
Não dá pra ficar fazendo discurso de ter que ser respeitador, se o jovem não percebe o respeito nas relações que ele vivencia. Não dá pra dizer pro menino não ser preconceituoso, se ele observa a maneira pouco digna dos adultos (pais, professores) tratarem as pessoas que são diferentes deles.
Vamos sair do senso comum e abandonar os estereótipos que marcam os jovens como aqueles seres difíceis, inadaptáveis, que “não querem nada”...
Eles querem sim, querem ser tratados como pessoas que pensam, capazes de tomar decisões e querem também perceber que somos coerentes (nós, os adultos). O que eles não acreditam é na hipocrisia e odeiam ser enganados pelos outros.
Olho no olho. Sempre. Verdade. Franqueza. Virtudes. Fragilidades. Consistência.
Outra coisa que considero fundamental, além da coerência, é não nos esquecermos de como éramos quando adolescentes. Quais eram os nossos sonhos, em que pensávamos, o que fazíamos para “enganar” os nossos pais e professores, como gostaríamos de termos sido tratados. Essa medida – de como éramos – nos ajuda muito a entender quem eles são e como eles agem.
E, por último, da minha lista de “fundamentais”, é não ter medo de dar limites, não ter medo de dizer não. E, não é o não pelo não. É o não argumentado, denso, com propósito. É o não que convence.
Somos seres sociáveis e, como tais, estabelecemos compromissos de convivência para podermos avançar nos nossos propósitos comuns.
Nada do que falei é fácil de ser realizado no dia a dia, mas é possível e é bom que seja tentado.
Esse texto aparentemente sem nexo vem questionar, por fim, por que os professores do Estado do Rio de Janeiro precisam de uma lei para lhes dizer o que pode/deve ou o que não pode/não deve ser feito dentro do espaço escolar? Por que os professores precisam dessa tutela?
Quer dizer que vamos abrir mão de todas as possibilidades educadoras que os MPs, celulares, câmeras fotográficas etc nos trazem porque não sabemos dizer não? É isso mesmo, professores? Quer dizer que não sabemos mais educar? Precisamos de leis para nos dizer o que é adequado ou não nas nossas salas de aula?
Não é nosso dever, educadores que somos, ensinar os nossos alunos a utilizarem as tecnologias, sabendo tirar o melhor proveito delas, com espírito crítico e ético? Não somos nós que temos que estar na vanguarda do processo pra poder ajudar os nossos alunos a compreenderem melhor o mundo em que vivem?
Como vamos fazer isso nos escondendo do mundo?
Não se educa com proibição. Educa-se com consciência.
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